A minha atuação como professora, que busca formação
e inovação, sempre me colocou como “observadora”, “curiosa” e em constante
inquietação, que me mantém motivada na eterna busca das mais variadas
metodologias e recursos para o desenvolvimento da aprendizagem do meu aluno.
Mesmo antes de termos o laboratório de informática, sempre procurei explorar os
recursos multimídias da escola, pois acredito nas inovações metodológicas para
mudar o quadro de comportamento dos alunos que notei ao longo dos meus anos de
magistério ser reflexo da baixa de interesse por aulas repetitivas e sem
motivação, tornando-as enfadonhas, gerando assim indisciplina e
consequentemente agressividade na sala de aula.
Isso tudo gerou mais motivação para o meu
aperfeiçoamento na área das tecnologias, impulsionando a me colocar como
auxiliar no trabalho dos professores e alunos com metodologias e recursos como
também de disponibilizar material de apoio pedagógico nesta área, para os meus
colegas professores.
A implantação,
implementação e dinamização do Laboratório de Informática da escola João XXIII,
onde trabalho, era um sonho pra mim que se tornou realidade, pois considero uma
grande oportunidade de haver o início da inclusão digital para os alunos de
baixa renda, os quais muitos nunca tiveram acesso a um computador, como também
na preciosa ajuda aos professores através
das diversas ferramentas tecnológicas, desenvolvendo assim uma maior motivação
e aprofundamento dos conteúdos a serem desenvolvidos em sala de aula.
A
inclusão digital representa um dos grandes desafios globais para o século XXI.
Assim como grande parte dos brasileiros (comunidades de baixa renda) se
encontra excluída digitalmente, algumas escolas da rede pública e alguns
docentes também estão de certa forma, alijados do processo de informatização da
sociedade. Para isso, existe a preocupação e inúmeros projetos governamentais
que tentam mudar esse quadro.
As
ferramentas tecnológicas vêm adquirindo cada vez mais relevância nesse cenário
educacional. Nesse contexto, a informática é utilizada como instrumento de
aprendizagem e sua ação no meio social está crescendo de forma muito rápida,
com isto a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a
essa nova tecnologia.
Nas
minhas leituras, percebi também que a “tecnologia” não causa mudanças apenas no
que fazemos, mas sim em nosso comportamento, na forma como elaboramos
conhecimentos e em nosso relacionamento com o mundo. Vivemos num mundo
tecnológico e estruturamos nossa ação através da tecnologia, como nos alertou o
Profº. Antonio Ventura no 6º Seminário de Educação e Leitura (SEL), que ocorreu
em 2010 na cidade de Natal, do qual
participei, onde ele nos dizia que “as tecnologias estão configurando os nossos
cérebros”.
Já o
prof. Jefferson Fernandes Alves da UFRN neste mesmo Seminário, diz que ”o
professor deve primeiro se apropriar dessa nova tecnologia para depois se
pensar na mudança de sua prática ou adequá-la à tecnologia”. Daí a necessidade do professor apropriar-se
desse conhecimento e aprofundá-lo em prol de seu crescimento profissional, pois
os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais tais como: a
multimídia e a Internet trazem novas formas de ler, de escrever e, portanto, de
pensar e agir. O simples uso de um editor de texto mostra como alguém pode
registrar seu pensamento, provocando no aluno uma forma diferente de ler e
interpretar o que escreve.
Entendo
ainda que a Informática não é uma
ferramenta neutra que usamos simplesmente para apresentar um conteúdo. Quando a
usamos, estamos sendo modificados por ela, modificando-a também e utilizando o
computador como instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos já dominados
na sala de aula, além da função de prepararmos os alunos de uma forma lúdica
para uma sociedade informatizada.
Uma
mudança importante nesse contexto lúdico do ensino com tecnologia é o
crescimento cada vez mais intenso dos objetos de aprendizagem. São complementos
que o educador pode utilizar para reforçar seu conteúdo escolar. Portanto, acho
que incluir o professor no processo de aprendizado digital é essencial, para
iniciar métodos que obtenham sucesso em um ensino com tecnologia.
A
informática educacional já faz parte do projeto político pedagógico da minha escola,
projeto esse que define todas as nossas pretensões em sua proposta educacional.
Pensando em tudo isso e em consonância aos apelos que a inclusão digital e o
mundo moderno nos faz, foi que desde 2011 a nossa escola, amadureceu a idéia de
formar seus docentes, com vistas a propiciar o acesso e domínio para o uso
dessas novas tecnologias e foi com esse intuito de colocarmos esse sonho em
prática, que desde o dia 2 de maio deste ano de 2012 iniciamos um curso de “Introdução
à Educação Digital” no ambiente Linux Educacional, de uma forma bem prática,
realizado dentro do nosso próprio ambiente de trabalho, com o seguinte lema: “só vale levar a tecnologia para a classe se ela
estiver a serviço dos conteúdos. Da soma entre tecnologia e conteúdos, nascem novas
oportunidades de ensino e aprendizagem”.
Vivemos em um tempo bombardeado de imagens e informações,
isso colabora para que nos sintamos atraídos por novidades. De uma certa forma,
as aulas de informática supre essa necessidade, porque estimula todos os
sentidos, possibilitando as crianças, jovens, adolescentes e adultos, sedentos
por novas descobertas, uma fonte inesgotável de conhecimentos e atividades
variadas.
Para os alunos, com algumas dificuldades de
aprendizagem, é fantástico pois favorece a possibilidade de um aprendizado
diferenciado do tradicional. Ele se torna um estímulo para novas leituras e
novas descobertas, despertando grandes interesses.
O objetivo das minhas aulas de informática são de
promover a utilização dos computadores como apoio as aulas e aos conteúdos previamente trabalhados, sob
a orientação e vigilância da coordenação pedagógica, e aliado ao professor de
sala de acordo com o PPP, planejamento das aulas e dos projetos que estão sendo
desenvolvidos na escola ao longo do ano, enriquecendo assim o fazer pedagógico
do professor, tornando-se mais um recurso para haver uma aprendizagem mais
prazerosa, através de softwares educativos.
É
preciso e é emergencial que todas as escolas mobilizem seu corpo docente sobre
a importância da informática educacional. E mobilizar o professor significa
mudança de paradigmas, acreditar que a tecnologia é sua aliada na construção da
sua prática, isto não o tornará um especialista na área, mas é preciso criar
condições e querer se apropriar deste conhecimento, para saber usá-lo
adequadamente em seu dia a dia com o aluno.
O
importante é que o professor se sinta como uma peça participativa do processo, e
seja parte integrante da construção deste novo conhecimento, atualizando-se
constantemente e criando novas estratégias de aprendizagem para enfrentar estes
novos desafios. O importante ao utilizarmos esses recursos de informática na
sala de aula, é não transformar a máquina na principal figura educacional.
Professores e alunos devem assumir o papel de principais personagens, e isso
não pode mudar nunca, e usar toda sua criatividade, raciocínio e atitudes
ativas para a produção do conhecimento. Somente desta forma, o aluno estará se
preparando para o mercado de trabalho e para a vida. E com isso acontecerá
realmente a verdadeira “INCLUSÃO
DIGITAL”.
Maceió,
6 de junho de 2012
Glycia Wanderley Costa
Professora_formadora
e articuladora da sala de Multimídias da Escola João XXIII
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